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CNI é totalmente contrária à recriação da CPMF

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) é “completamente contra” a recriação da CPMF, que seria repaginada de Contribuição Social da Saúde (CSS), com alíquota de 0,1%. A posição foi manifestada nesta sexta-feira (05/11) pelo presidente da entidade, Robson Braga de Andrade, após reunião da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), em São Paulo. “Somos completamente contra a recriação da CSS ou CPMF. Isso não resolve o problema da saúde. Acho que antes de pensar em novas receitas, temos de pensar em melhoria da gestão”, defendeu Andrade.

Para o presidente da CNI, a proposta de recriação da CPMF, extinta pelo Senado em 2007, vai na “contramão de tudo aquilo que o próprio governo do presidente Lula e a presidente eleita Dilma Rousseff têm falado sobre a redução da carga tributária”. Robson Braga de Andrade adiantou que o empresariado já está se mobilizando para contestar a intenção de lançar mais um tributo.

“Vamos mostrar que esse não é o caminho. O governo tem de explicar primeiro para a sociedade como é gasto o recurso que ele arrecada, o quanto é gasto na atividade-fim e o quanto é perdido na burocracia”, disse. Lembrou que, no setor privado, a empresa que tem problemas de competitividade busca reduzir os custos e não aumentar o preço dos produtos.

De acordo com o presidente da CNI, é contestável a informação de governadores eleitos e reeleitos, líderes do movimento de recriação da CPMF, segundo a qual o impacto do imposto nos custos seria muito pequeno, de 0,15%. “Isso não é a realidade. Dependendo da cadeia produtiva, esse valor pode chegar a 8%”, rebateu Andrade.

AGENDA NEGATIVA – Os empresários presentes à reunião da MEI, programa de incentivo à inovação liderado pela CNI, foram unânimes na crítica à proposta de recriação da CPMF. Luiz Fernando Furlan, presidente do conselho de administração da Brasil Foods, disse ser surpreendente que o primeiro tema discutido no período pós-eleitoral seja a criação de um tributo.

“Onde está a agenda positiva? Seria importante discutir medidas que dessem competitividade às empresas, porque, no final, o custo com a nova CPMF vai para o preço do produto”, salientou Furlan, ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (2003-2007).

Presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) e membro do conselho de administração da Klabin, Horácio Lafer Piva afirmou que a tentativa de se recriar a CPMF é paradoxal com tudo o que diz respeito à competitividade. “O Brasil aceitou o desafio da competição global e não pode ter mais essa carga nas costas”, enfatizou.

Fonte: Confederação Nacional da Indústria

“Vejo de forma lamentável essa tentativa (de recriar a CPMF). Já se verificou no passado que foi totalmente descabida”, avaliou por sua vez o presidente da Siemens, Adilson Antonio Primo. “Precisamos de reformas, como a tributária e a trabalhista, e não de criar imposto adicional”, complementou. Para Primo, a sociedade brasileira e, sobretudo, o setor industrial, não agüentam mais o peso dos impostos.

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