A economia brasileira crescerá 2,4% e o Produto Interno Bruto (PIB) da indústria terá expansão de 1,4% neste ano. A indústria de transformação crescerá 2,6% e será o setor industrial com melhor desempenho no ano. As previsões estão no Informe Conjuntural do terceiro trimestre que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulga nesta quarta-feira (25). No estudo, a CNI revisa para cima as estimativas de crescimento do PIB, do PIB Industrial e dos investimentos feitas no segundo trimestre do ano. “A alternância entre queda e crescimento dos indicadores de atividade é a característica mais marcante da evolução da economia em 2013”, afirma o estudo.
Neste ano, os investimentos terão uma participação maior do que o consumo das famílias no crescimento do PIB. A CNI estima que os investimentos aumentarão 8% em 2013. Com isso, contribuirão com 1,5 ponto percentual na expansão do PIB. Conforme o gerente executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, isso é um bom sinal. “O crescimento sustentado vem do aumento do investimento”, afirma Castelo Branco. “É preciso assegurar um ambiente adequado para os investimentos e materializar as oportunidades na área de infraestrutura”, completa. Ouça o que ele disse ao Portal da Indústria:
O consumo das famílias, que foi o motor da economia em 2012, perdeu a força e aumentará 1,9% neste ano, contribuindo com 1,2 ponto percentual no resultado do PIB. A retração do consumo é resultado da queda no ritmo de aumento da oferta de emprego, da redução do rendimento real dos trabalhadores e do aumento do endividamento das famílias. A taxa média de desemprego, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), será de 5,1% da população economicamente ativa, praticamente estável em relação a 2012.
De acordo com o Informe Conjuntural, a inflação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechará 2013 em 5,8%, acima da meta de 4,5%. Com isso, a CNI estima novos aumentos na taxa básica de juros, a Selic. A previsão é que os juros cheguem a 9,75% ao ano no final de 2013. “Nesse cenário, e com a inflação de 5,8%, a taxa real de juros média no ano será de 1,9% ao ano, inferior à obervada no ano passado, de 3,1%”, informa o estudo.
CÂMBIO E EXPORTAÇÕES – A CNI avalia que o real continuará se desvalorizando diante do dólar. A previsão é que a taxa de câmbio alcance R$ 2,23/US$ em dezembro e feche o ano com uma média de R$ 2,14/US$. “Contudo, caso o Banco Central reduza ou interrompa os leilões de vendas diários iniciados em agosto, a taxa de câmbio se tornará mais volátil e uma desvalorização adicional poderá se verificar”, alerta o Informe Conjuntural.
As previsões indicam, ainda, que o superávit comercial deste ano será de apenas US$ 1,7 bilhão, com exportações de US$ 240,5 bilhões e importações de US$ 238,8 bilhões. A CNI lembra que a valorização do dólar diante do real é insuficiente para acelerar as exportações. “Mesmo ocorrendo uma reversão e a taxa de câmbio real/dólar volte a superar R$ 2,30/US$ ou mesmo R$ 2,35/US$, a oscilação da taxa de câmbio gera considerável incerteza, o que dificulta a precificação das exportações e a definição de investimentos necessários no esforço exportador”, avalia o estudo. “Além disso, os problemas de competitividade e o cenário externo adverso não serão revertidos no curto prazo”, acrescenta.
CONTAS PÚBLICAS – Na avaliação da CNI, a política fiscal manterá o ritmo expansionista nos próximos meses. A estimativa é que as despesas do governo federal tenham um aumento real de 7,3% no ano, caso não seja anunciado novo contingenciamento. O déficit público nominal deve alcançar 3,3% do PIB e o superávit primário ficará em 1,69% do PIB. A dívida pública líquida será de 34,8% do PIB.